domingo, 30 de agosto de 2009

FILME - NARRADORES DE JAVÉ

Muito Interessante: comentários sobre o filme Narradores de Javé, tratam da importância da escrita para a manutenção da memória dos povos. Veja nos links a seguir:
REVISTA ÉPOCA
COM CIENCIA

Professora formadora: Olires M. do Espirito Santo
Polo: Escola de Educação Básica Silveira de Sousa
Florianópolis - SC

OFICINA: ORIENTAÇÃO PARA ELABORAÇÃO DO PROJETO

OFICINA LIVRE: ORIENTAÇÃO DO PROJETO
FORMADORA OLIRES COM AS CURSISTAS: GABRIELA, RAQUEL E IRANI.
GERED DE FLORIANÓPOLIS - SC




















PROFESSORA ARGIRÓ - ORIENTANDO A ELABORAÇÃO DOS PROJETOS DAS
CURSISTAS: IRANI, RAQUEL E GABRIELA.
GERED - FLORIANÓPOLIS - SC







O encontro, do dia 25 de agosto de 2009, foi realizado nas dependências da GERED – Gerência Regional de Ensino de Florianópolis-SC. Neste dia, o programa previa a orientação individual para elaboração do projeto de ensino a ser desenvolvido e implementado em sala de aula por cada professor cursista. Para tanto, convidamos a professora Argiró N. Koufalias Colombi, Analista Técnica, responsável pela elaboração de projetos, da gerência de ensino da capital catarinense, para direcionar e orientar as professoras cursistas na elaboração do projeto.
Foi muito enriquecedora a participação da professora Argiró, ela interferiu na temática, nos objetivos, nas ações e na proposta do projeto de cada cursista.
A troca de idéias, para definir cada objetivo e ação do projeto, gerou aprendizado a todas, foi muito motivador esse momento. Cada cursista pôde esclarecer suas dúvidas, participar e sugerir no planejamento de ensino das colegas.
Durante a reunião com a professora Argiró, recebemos a visita da professora Selma, coordenadora dos formadores do GESTAR II, da grande Florianópolis - SC, que gentilmente nos ofereceu seus préstimos. Aproveitamos para registrar nossos agradecimentos a elas, que deixaram seus compromissos para nos atender. Nosso muito obrigada as professoras Argiró e Selma pela atenção e empenho a nós dispensados!






DÉCIMO PRIMEIRO ENCONTRO

A PRODUÇÃO TEXTUAL – CRENÇAS, TEORIAS E FAZERES

No dia 18 agosto de 2009, na Escola de Educação Básica Silveira de Sousa, iniciou-se mais um encontro do Gestar II com uma reflexão sobre educação, mensagem apresentada em PowerPoint. A seguir, foi feita uma breve retomada do conteúdo tratado nas Unidades 15 e 16, do TP4, quando abriu-se uma discussão sobre as possibilidades de aplicação e execução da teoria em sala de aula com os alunos.


No momento seguinte, os cursistas relataram como aplicaram uma das atividades do Avançando na Prática, contaram desde o planejamento até a avaliação da atividade junto aos alunos.
Em continuidade, foi proposto aos cursistas, em dupla, desenvolverem uma atividade a partir da imagem de anúncio de jornal de uma fundação que trabalha com crianças em regiões desprivilegiadas nas grandes cidades americanas, conforme proposto na oficina 8, TP4. Os cursistas foram estimulados a interpretar a imagem e depois escrever um texto persuasivo para um anúncio que acompanhará a imagem. Foram convidados a adaptar essa mesma atividade para os alunos.
Antes de encerrar o encontro, foi apresentado as próximas unidades de estudo, TP 5, enfatizando uma visão geral sobre estilística e coerência textual.

PROFESSORAS APRESENTANDO TEXTO PUBLICITÁRIO - OFICINA 8:
PROFESSORA FORMADORA: OLIRES M. DO E. SANTO
POLO: ESCOLA DE EDUCAÇÃO BÁSICA SILVEIRA DE SOUSA
FLORIANÓPOLIS - SC


















DÉCIMO ENCONTRO

MERGULHO NO TEXTO
No dia 04 de agosto de 2009, tivemos mais um encontro do GESTAR II, no polo Silveira de Sousa. Antes de dar início as atividades deste dia, a formadora esclareceu algumas dúvidas das cursistas em relação à elaboração do projeto, do programa do curso e da elaboração do portfólio dos professores.
No segundo momento, houve comentários detalhados do desenvolvimento do Avançando na Prática, os professores relataram as dificuldades e facilidades que tiveram durante a aplicação das atividades. Aproveitaram o momento para desabafos e para trocarem sugestões de idéias de resolução de problemas com os alunos em sala de aula.
Na sequência, foi dado início ao estudo teórico das unidades 15 e 16, do TP 4. A formadora solicitou que cada cursista elaborasse um resumo do assunto abordado nas unidades 15 e 16. Após, como um reforço do conteúdo, foi apresentado uma sequência de slides que tratam sobre a interação comunicativa e a escrita como necessidade concreta de interação e resultado de ações sóciocomunicativas – CD GESTAR, Ensino da escrita: Uma conversa sobre a produção escrita na escola – Cátia Martins.

NONO ENCONTRO

LEITURA, ESCRITA E CULTURA

Esta oficina aconteceu no dia 14 de julho de 2009. Iniciou-se o encontro com o clipe sobre educação “COMO SE ESCREVE”, de autor desconhecido. Após este momento, foi feito uma retomada de conteúdos das unidades 13 e 14 , TP4 e depois foi aberto o momento para reflexões e relatos dos cursistas.
Na sequência, foi proposto aos professores cursistas que planejassem, em duplas, uma atividade para ser desenvolvida junto aos alunos , com o poema “CIDADEZINHA QUALQUER”, de Carlos Drummond de Andrade.
Posteriormente, cada dupla pôde socializar sua proposta de atividades.

SUGESTÃO DE ATIVIDADE PARA EXPLORAÇÃO DO POEMA "CIDADEZINHA QUALQUER" - CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE:


1. Observe o título do poema, o que sugere as palavras “Cidadezinha” e “Qualquer”?
2. Como o texto está estruturado?
3. Quantas estrofes tem o poema e de quantos versos elas são formadas?
4. A partir da análise estrutural do texto, o que pode ser dito a respeito da cidade que serve de cenário para este poema?
5. O que sugere a expressão: “Eta vida besta, meu Deus”?
6. Como você se sentiria morando nesta cidade?
7. Você sabe que janelas não podem olhar, então diga, qual é o sentido da expressão “as janelas olham”.
8. Qual é a cidade dos seus sonhos?
9. Escreva um poema com a mesma estrutura utilizada por Carlos Drummond de Andrade.

Antes de concluirmos o encontro comentamos sobre o estudo da próxima unidade e indicamos a leitura teórica sobre o assunto.

RELATO DA PRÁTICA DA PROFESSORA IRANI:

Apresentei o poema CIDADEZINHA QUALQUER , de Carlos Drummond de Andrade, aos alunos, solicitei que fizessem a leitura silenciosa e a seguir propus a exploração oral dos seguintes tópicos:
a) perceber a estrutura do poema: estrofes, versos e rimas.
b) comparar a cidade descrita no poema com a cidade em que moram.
c) Perceber e analisar os efeitos dos recursos lingüísticos e gramaticais do poema.
d) Identificar e diferenciar as seguintes classes de palavras: artigo (definido e indefinido), substantivo, verbo e adjetivo.
e) Reproduzir o poema (solicitei que reproduzissem o poema em um cartaz, devendo utilizar a colagem como principal recurso, as letras poderiam ser de qualquer forma e cor).
Combinei, antecipadamente, com os professores da escola para desenvolverem um trabalho interdisciplinar sobre a temática do poema, sugeri o seguinte tema: o lugar onde vivo; eles aceitaram e desenvolveram a atividades com os alunos.
Relato a seguir as atividades desenvolvidas pelos professores de outras disciplinas: professora de História aproveitou para fazer um passeio com os alunos, no centro da cidade. Visitou a região histórica da cidade, mostrou a região onde antes era o mar, depois foi aterrada e hoje faz parte da cidade onde tem ruas, prédios e terminais de ônibus, etc. Também, os professores das disciplinas de Arte, Matemática e Educação Física acompanharam os alunos no passeio. A Professora de matemática aproveitou a oportunidade para explorar, junto aos alunos, as formas geométricas das construções da cidade e a professora de Educação Física explorou os locais de passeio e lazer da região. A professora de Artes pediu que observassem as construções antigas da cidade e depois, em sala de aula, solicitou que fizessem a releitura das construções antigas, através de desenho.
Os alunos tiveram a oportunidade, neste mesmo dia, de visitar o teatro Dona Bilica.

PROFESSORA IRANI, ORIENTANDO OS ALUNOS NA REESCRITURA DO POEMA CIDADEZINHA QUALQUER:















PROFª. FORMADORA: OLIRES M. DO E. SANTO
POLO: E.E.B. SILVEIRA DE SOUSA
FLORIANOPOLIS - SC

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

REFLEXÃO FILMICIA

FILME: LÍNGUA – VIDAS EM PORTUGUÊS

"Não há uma língua portuguesa, há línguas em português", José Saramago

O documentário, produzido por Victor Moraes, tem como fio condutor a variação da língua portuguesa em diversos países, como: Brasil, Portugal, Moçambique, Índia, Japão. Retrata a vida de cidadãos (não-atores) originários desses países, representando suas próprias realidades.
O longa-metragem retrata diferentes narrativas agrupadas em eixos temáticos que são apresentadas pela oralidade dos personagens. Atribui-se voz aos indivíduos sem a interferência de um narrador. Com isso a intencionalidade dos discursos dos personagens é evidenciada, assumindo aspectos de neutralidade devido à ausência da voz do narrador.
Ao utilizar o recurso visual da apresentação de flashes que intercalam cenas de diferentes países, provoca a sensação de uma viagem por diversas culturas em que está presente a língua portuguesa como pano de fundo. Ou dito de outra forma como afirma o escritor moçambicano Mia Couto "No fundo, não estás a viajar por lugares, mas sim por pessoas“.
Apresenta, ainda, em diferentes espaços geográficos, uma língua viva e multifacetada pelas diversas influências culturais, religiosas, étnicas, climáticas, artísticas, de gênero, de idade, social, de nível de escolaridade, ou seja, realidades amalgamadas a uma língua em constante transformação.
A coesão entre as cenas, aparentemente fragmentadas, no entanto, acontece através de imagens, músicas, temas ou falas comuns mescladas com suas similares em outro espaço geográfico. Isso ocorre com o intuito de dar o efeito de continuidade das narrativas que se completam. A aproximação dos espaços geográficos, através de recursos de imagens, se dá no momento em que a câmera foca a praia em uma ilha da África e logo em seguida focaliza outra praia, agora em Portugal. Em alguns momentos é necessário que o expectador busque outros elementos para identificar os espaços geográficos diferentes.
A própria língua portuguesa atua como elemento de coesão entre as narrativas apresentadas. Fica evidente, inclusive na fala de Saramago que o português não pertence mais somente a Portugal, mas que é uma “Língua da qual povos colonizados se apropriaram e que devolvem agora, reinventada”.
Dessa forma, cada indivíduo localizado em espaços geográficos diferenciados assume uma identificação com o idioma. A idéia de nacionalidade, portanto, ocorre como uma representação discursiva que varia de acordo com cada sujeito - um sujeito híbrido.
Este sujeito híbrido perde sua pertença, pois, como no exemplo dos imigrantes brasileiros no Japão, percebe-se que estão localizados em um determinado espaço geográfico que pode ser considerado um “não-lugar”, pois não são considerados cidadãos daquele local e concomitantemente perdem sua identidade com seu local de origem.
O discurso feminino foi pouco explorado, no entanto, aparece indiretamente e tem poder de influenciar e de transformar o discurso masculino. Outro exemplo é o do casal africano, cujo marido apresenta um discurso de liberação sexual “sou mulher em um corpo masculino” em oposição à esposa que tem um discurso de uma mulher extremamente submissa “a mulher tem que servir ao marido”, essa submissão é justificada pelo discurso religioso e, na prática, pela isenção da submissão, evidente na postura liberal do marido que se iguala à esposa. Por outro lado, o casal apresenta um discurso multifacetado, pois pretende seguir a tradição e ao mesmo tempo ser de vanguarda. Os dois frequentam a mesquita por serem muçulmanos, porém, desconfiguram-se enquanto estereótipo daquela cultura ao adotar costumes de outras culturas (quando saem para a “balada”, por exemplo).
O sujeito é perpassado por relações discursivas diversas, pois, segundo Stuart Hall, “a língua é marcada por um processo constante de desconstrução”. As identidades estáveis se desconstroem, porque recebem imposição discursiva vertical do colonizador (poder, estado, religião). E, ao mesmo tempo, é perpassado pelos discursos horizontais culturais, tornando-se um sujeito fragmentado, que se reconstrói através da multiplicidade dos discursos.
De acordo com essa perspectiva ampla, o ensino de língua e literatura não deve ignorar a diversidade linguística dos falantes. Ao considerar a função sociocomunicativa da linguagem, a escola pode ou não contribuir para que a língua seja um instrumento mantenedor de identidade. De acordo com os elementos norteadores (filosóficos e políticos) da concepção metodológica utilizada no processo de ensino.
Diante do fato de que a pós-modernidade desconstrói a língua padrão e constrói variantes, percebe-se que a língua tornou-se mais dinâmica. O filme reafirma isso quando aponta a globalização como um forte fator de influência de um idioma sobre o outro. Nesse caso, a dinamicidade da língua é reforçada devido ao trânsito de seus falantes por diferentes países.
A Literatura atua como instrumento de preservação do dinamismo da Língua. Resgata as origens sociais, políticas, econômicas e culturais dos grupos. A utilização da literatura no ensino propicia ao professor possibilidades de “mostrar” ao aluno a função social da escrita e sua representatividade em cada período histórico. Além de permitir que sejam lançados outros olhares sobre nós mesmos e sobre o Outro. A Literatura não despreza a força que a língua tem na cultura de um indivíduo.




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Profª. Olires M. do E. Santo
Florianópolis - SC